Um grupo de estudantes da Universidade de Newcastle, Inglaterra, tendo em vista uma competição científica que ocorreria nos Estados Unidos, desenvolveu uma bactéria que preenche rachaduras em estruturas de concreto de forma mais eficiente que as atualmente utilizadas, pois, agindo de dentro para fora, preenche todos os espaços vazios da fissura, além de suas vantagens ao meio ambiente.
A bactéria, apelidada de “Bacilla Filla”, é proveniente de uma outra denominada “Bacillus Subtilis”, essa que é facilmente encontrada no solo e é utilizada para validar a ação em estufas de esterilização para gás óxido de etileno. Ao ser lançada na fissura, ela desloca-se até o fundo, sendo esse percebido por conta da aglomeração das células, uma vez que não conseguem mais se mover. O processo de preenchimento começa com uma subdivisão desses organismos em três tarefas. Uma parte desses criará cristais de carbonato de cálcio, e as outras duas produzirão células filamentosas e uma cola bacteriana, que ao se combinarem formarão uma pasta que coagulará e endurecerá até preencher todo o vão.
Esse projeto procura prolongar a vida útil das estruturas de concreto, visando diminuir os impactos gerados por sua produção, uma vez que 5% de toda a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera provém de tal ação. Além disso, a bactéria só entra em ação a partir do momento que entra em contato com o concreto, logo que ela é ativada a partir do contato com o pH bem específico do material, não tendo o perigo de causar um impacto acidental no meio ambiente. Quando em locais com pH diferenciado, as bactérias não sobrevivem.
O recurso é bem eficiente para localidades que têm constantes abalos sísmicos, pois após a reparação das fissuras abertas pelo tremor, a possibilidade de queda diminui, no caso de edifícios, e a construção tem seu tempo útil prolongado, reduzindo a necessidade de uma reforma mais estruturada e, consequentemente, mais cara. É, sem dúvida alguma, um grande avanço na área da construção civil, tendo em vista todas as dificuldades para retocar rachaduras que logo depois, por não estarem interligados através das fibras filamentosas, acabam se soltando.
O grupo de nove alunos que desenvolveu o projeto, constituído por estudantes de Engenharia Civil, Ciências da Computação e Bioinformática na área da bioquímica e da microbiologia, disputou com outras 130 equipes de vários lugares do mundo e conseguiu o ouro da competição, mantendo o conceito da renomada Universidade de Newcastle, que já recebe pela terceira o maior prêmio.
Entretanto, maiores estudos ainda devem ser realizados com vistas à sua aplicação prática efetiva.
Fonte: Engenharia do Futuro
Postado por: Eng. Rafael Burin Fávero